5 de nov. de 2013

Os Olhos e a Visão: Autocura e Prevenção

Por Miriam Barros e Vanessa Malagó


A visão é de longe o órgão dos sentidos que mais usamos para captar as mensagens do nosso redor, sendo que cerca de 80% dos estímulos que chegam ao cérebro vêm dos olhos. Nossos olhos estão entre as partes do corpo que trabalham mais longamente. Mesmo quando decidimos descansar, na maior parte das vezes os olhos não descansam, pois frequentemente escolhemos ver um filme, ler um livro ou jogar um jogo no computador. Nestas atividades, os olhos tendem a se cansar ainda mais, pois olhamos fixamente para a TV, o livro ou a tela do computador. 
 Além disso, usamos a visão muito mais para ver objetos próximos do que objetos distantes.Quando nos estressamos, geramos tensão em certos músculos do corpo. Isso também é válido para os olhos, pois tanto o formato do globo ocular quanto a focalização da imagem dependem de músculos existentes nos olhos, conforme mostra a figura abaixo. Os estresses mentais e emocionais geram tensões nos músculos dos olhos que ficam então encurtados e produzem deformações no globo ocular e no cristalino.


 
(a)                                                                         (b)

Diagrama mostrando o globo ocular e seus músculos. (a) Músculos externos que controlam a direção do olhar, (b) Corpo ciliar: músculos que controlam o formato do cristalino.



O cansaço e as tensões nos olhos trazem limitações para nossa capacidade de ver, podendo levar a problemas refrativos, como miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia, a famosa “vista cansada”. Todos estes problemas causam distorção das imagens na retina, dificultando uma visão nítida dos objetos. O recurso mais usado nestes casos é o uso de óculos com lentes que irão compensar esta distorção e nos permitir voltar a ver com nitidez, trazendo grande alívio. Porém o uso constante dos óculos deixa os olhos acomodados e impede que eles tentem se recuperar das tensões geradas. Com isso a deformação do globo ocular é mantida, podendo levar a problemas mais graves, como glaucoma e descolamento da retina.

Felizmente, é possível descontrair os músculos oculares através de alongamentos e exercícios de relaxamento da mesma forma que fazemos com os músculos do resto do corpo. A primeira pessoa a constatar esta possibilidade foi o Dr. William Bates, oftalmologista do início do século passado que verificou melhoria na visão de muitos pacientes através do relaxamento ocular. Desde então, oftalmologistas e terapeutas têm usado estes princípios e ajudado as pessoas a enxergar melhor, corrigindo e evitando problemas oculares. Um dos casos mais marcantes é o do terapeuta ucraniano Meir Schneider, que nasceu com glaucoma, catarata e estrabismo. Aos 7 anos, após ter feito 5 cirurgias infrutíferas, foi declarado legalmente cego. Só enxergava luz e sombra. Na adolescência começou a praticar exercícios para os olhos sob a orientação de um amigo. Em seis meses começou a ver formas e em 18 meses podia ler. Hoje mora nos Estados Unidos e lê e guia sem óculos. Segundo ele, o segredo é confiar na capacidade de autocura do seu corpo e buscar os caminhos para ativá-la.

Apresentamos abaixo algumas sugestões de leitura para quem quiser se aprofundar sobre esse assunto.

Outra dica é o curso que ministramos de Yoga para os Olhos, em que apresentamos vários caminhos para ativação da capacidade de autocura do corpo, tendo por objetivo corrigir problemas de visão, aumentar a acuidade visual e prevenir problemas oculares. Se quiser saber mais sobre o curso, clique aqui.



Sugestões de Leituras:

1.       Lisette Scholl, “28 Days to Reading Without Glasses”, Kensington Publishing, 1998.

2.       Mário Sanchez, “Recupere e conserve seus olhos”, Imery Publicações, 1983.

3.       Meir Schneider, “Manual de Autocura”, Editora Triom, 1998.

4.       Ralph MacFadyen, “Veja sem óculos”, Editora Bestseller, 1966.

5.       Robert Kaplan, “Veja sem óculos – Como recuperar sua visão naturalmente”, Editora Campus Elsevier, 1998.

6.       Robert Kaplan, “Visão Consciente – Transforme a sua vida através dos seus olhos”, Editora Mercuryo, 2003.

7.       Roberto Inácio Neves, “Yoga para os olhos”, Área Gráfica, 7ª Edição.

8.       Thomas Quackenbush, “Relearning to See”, North Atlantic Books, 1999.

9.       William Bates, “The Cure of Imperfect Sight by Treatment Without Glasses”, 1920.